Empresas têm o avião dos dados em mãos, mas poucas sabem como pilotá-lo

O mercado brasileiro de BI está em expansão, com soluções avançadas e IA, permitindo que empresas transformem dados em decisões estratégicas.

Out 24, 2024 - 12:44
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Empresas têm o avião dos dados em mãos, mas poucas sabem como pilotá-lo


Marina Scotelaro Pantoja*
 

O aumento exponencial do volume de dados (tanto internos quanto externos) e o avanço contínuo da tecnologia de análise têm levado as organizações a tomarem decisões cada vez mais informadas e estratégicas. Se por um lado este pode ser considerado o melhor dos mundos no universo dos negócios, lidar com tanto volume de informações também tem seus desafios.

 

Hoje, tudo gira em torno dos dados, considerados hoje o novo petróleo do século XXI. Segundo um estudo do McKinsey Global Institute, a expectativa é que o mundo consuma até 20 vezes mais dados em 2030, na comparação com 2020. É uma transformação em curso, e irreversível.


Nesse contexto, o mercado brasileiro de Business Intelligence (BI), que é que é um conjunto de estratégias, tecnologias e processos usados por empresas para transformar dados em informações significativas, está em constante expansão, impulsionado pela diversidade de sistemas e fontes de dados utilizados pelas empresas — das planilhas e bancos de dados até aplicativos de terceiros e serviços online. Essa heterogeneidade é também um obstáculo para a interpretação e integração desses dados, exigindo soluções flexíveis e robustas para lidar com essa complexidade de forma eficaz.

 

Portanto, é imprescindível que a ferramenta de BI escolhida por toda e qualquer empresa tenha uma arquitetura modular, ou seja, que permita a integração com diversas fontes. Só desta forma é possível ter uma visão abrangente do ambiente operacional.

 

Sempre costumo dizer que a escolha de uma solução de BI deve levar em conta três pilares. Primeiro, a facilidade de uso: a interface intuitiva e a funcionalidade de arrastar e soltar elementos visuais facilitam a criação de dashboards e relatórios personalizados. Em segundo lugar, a flexibilidade: se a plataforma se adapta às necessidades específicas de cada empresa, permitindo a integração com diversos sistemas e a criação de relatórios customizados. E, por último, a robustez. É essencial que ela ofereça recursos avançados de análise preditiva, que permitam às empresas a identificação de tendências e tomada de decisões mais assertivas. Na estereira do sucesso da IA generativa, isso torna-se ainda mais gritante.
 

Tendo isso em vista, surge uma nova abordagem para a análise de dados, na qual uma plataforma avançada de BI se torna o princpal caminho para a interpretação de informações complexas e apoio à tomada de decisões estratégicas nas organizações.

 

Para se ter uma ideia da importância desta tendência, estima-se uma expansão fundamental no uso da ferramenta no Brasil nos próximos anos. De acordo com estudo da Mordor Intelligence, o mercado brasileiro de BI deve passar de US$ 9,80 bilhões em 2023 para US$ 20,28 bilhões até 2028, com uma taxa de crescimento anual de 15,6%.

 

No fim das contas, o objetivo central do BI é criar as condições para que a organização possa conhecer seus clientes, e criar novas e melhores oportunidades de negócios.

 

Inclusive, a atual abundância de dados pode ser comparada a uma empresa que adquiriu um moderno avião, mas não possui pilotos treinados para operá-lo com segurança e eficiência. Ou seja, há um aumento exponencial da disponibilidade de dados, mas não basta tê-los em mãos. É preciso saber pilotar o avião que está em curso.

 

No cenário do Business Intelligence (BI), muitas organizações possuem acesso a ferramentas robustas e uma quantidade imensa de informações, mas falham em transformar esses dados em decisões estratégicas. Assim como pilotar um avião requer conhecimento técnico e habilidades específicas, navegar pela complexidade dos dados exige mais do que apenas acesso à tecnologia. É fundamental entender como interpretar, integrar e usar essas informações de forma inteligente, para que a jornada em direção à inovação e ao crescimento sustentável seja bem-sucedida.

 

Para ter sucesso, é necessária uma abordagem personalizável e escalável, que também possibilite às organizações de todos os tamanhos transformarem dados em vantagem competitiva e se adaptarem rapidamente às mudanças do mercado. Esse é o objetivo das companhias especializadas em BI: ajudar empresas brasileiras a prosperar num ambiente cada vez mais desafiador, fornecendo as ferramentas necessárias para impulsionar a inovação, eficiência e crescimento sustentável.

 

BI e IA: um casamento perfeito

Outro ponto importante é sobre a utilização da inteligência artificial (IA) no gerenciamento de projetos, trazendo inúmeros benefícios que podem transformar a maneira como sua equipe opera. Ao analisar grandes volumes de dados em tempo real, a IA permite uma análise preditiva capaz de prever resultados futuros com base em projetos passados, oferecendo insights valiosos que ajudam a antecipar problemas, mitigar riscos e tomar decisões embasadas. Isso se traduz em uma maior precisão nas estimativas de projetos.

A IA também otimiza a alocação de recursos e o cronograma dos projetos, garantindo uma utilização mais eficiente e evitando gargalos operacionais, além de atuar no gerenciamento de riscos, já que a tecnologia se destaca ao avaliar dados anteriores e identificar padrões que possam indicar problemas potenciais, permitindo que os gestores adotem medidas preventivas.

A IA é extremamente promissora no contexto de BI, desde que empresas estejam preparadas para utilizá-la, pois à medida que é alimentada com mais dados, ela se torna uma aliada indispensável na otimização contínua de seus projetos. É preciso saber pilotar rumo ao futuro.

*Marina Scotelaro Pantoja é gerente de marketing do Zoho Analytics no Brasil 

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